quarta-feira, 10 de abril de 2013

A Redenção de Cristo e sua maravilhosa Graça.




Primeira Parte aqui:




Depois da queda de Adão, coube então a Jesus, o novo Adão, pela sua Paixão, Morte e Ressurreição, restaurar pelos méritos que adquiriu na Cruz, este homem, que estava depois do pecado, condenado a viver eternamente longe de Deus.

Justamente porque, pelo pecado, perdeu a graça santificante que o capacitaria a vê-lo e viver eternamente com Ele. Por isso Jesus se fez homem, para ser um como nós e se oferecer em nosso lugar. Homem sem pecado e nascido de uma mulher sem pecado, para ser o representante legítimo da criatura feita a imagem de Deus e Deus perfeitíssimo, para oferecer e ser vítima de expiação em nosso favor.

A Encarnação, este bem precioso, por si só, já é motivo de júbilo, é um dos maravilhosos atos de amor do Pai para com os seus filhos. Pois se não fora o pecado original, não é certo que o Verbo se encarnaria. Por isso cantamos: O felix culpa!! Em vez de Adão, chefe bem dotado, sem dúvida, mas falível e pecável, temos por cabeça o Filho eterno de Deus, que revestido de nossa natureza, é homem tão verdadeiro, como é verdadeiro Deus. Pela maravilhosa bondade de Deus, veio Este em favor do homem caído e condenado, para refazer este homem desfigurado pela culpa e o repõe em certo sentido, num estado melhor que o anterior à queda.

Jesus desde este momento foi constituído cabeça da raça humana, é que estava reservado "Expiar as nossas culpas e instituir o Sacramento da Regeneração, para transmitir a cada Batizado a graça perdida pelo primeiro homem

Jesus não contente em reparar, pela Sua satisfação a ofensa feita a Deus e de nos reconciliar com Ele, merece-nos todas as graças que havíamos perdido pelo pecado e outras ainda, entre elas a graça santificante tem a primazia, com ela vem em cortejo de virtudes infusas e dons do Espírito Santo.
Jesus também institui os Sacramentos, sinais sensíveis da graça invisível que nos será dada em cada fase de nossa vida. Eles são os canais da graça que tanto os homens necessitarão enquanto viverem neste mundo. E os deixou à sua Igreja para que ela os administrasse, por isso a fundou a preço de seu sangue.

 Depois do Batismo, cada batizado recebe a graça santificante, que é o próprio Deus que vem habitar em sua nossa alma, transformando-a num templo santo, ornado de todas as virtudes: “Templum Dei sanctum est”.

O Deus que vem habitar em nós pela graça, é o Deus vivo, a Santíssima Trindade, fonte infinita da vida divina que nada mais ardentemente deseja do que fazer-nos participar da sua santidade. Nossa alma passa a ser o trono de Deus e ali Ele distribui seus favores celestes e o adorna de todas as virtudes. Ele é então princípio de nossa santificação, a fonte da nossa vida interior.. Ele é também, causa exemplar e como filhos devemos imitar nosso Pai.

A partir do Batismo o homem começa seu Exodo – recebe a graça, sai do pecado para a vida nova – travando a partir daí a luta entre o bem e o mal, para sair vitorioso em Cristo .

Já os dons Preternaturais - o dom da Integridade, é restituído de uma forma progressiva. O Homem ainda de posse da concuspicência, tem agora forças para combater e vencer as tentações que certamente virão. E que luta haverá de travar para vencer em Cristo!

E os auxílios são muitos:

1 - entre elas as virtudes o robustece e podem ele alcançar os merecimentos de que por ela tem agora direito. As virtudes infusas nos capacitam a agir de maneira sobrenatural, de julgar as coisas à luz da revelação divina e agir de acordo com que a fé nos mostra. Dispõe a nossa inteligencia e a nossa vontade para a união com Deus, mas não nos confere por si mesmas a facilidade de pensar e agir segundo as luzes da fé.

Por isso é necessário que elas sejam reforçadas por hábitos moralmente bons, que se adquirem por atos correspondentes, realizados com intensidade e de maneira repetida. .

Jesus é o exemplo a seguir e sua cruz o grande estímulo para a luta e as graças atuais que o Senhor merece facilitam e muito os esforços e vitórias. A ajuda das graças atuais que o Senhor não nega às almas que as pedem com o coração desejoso de ama-Lo e de servi-Lo, entra em ação, nos capacitando a chegarmos ao termo final.

E para receber estas graças atuais, - (que nos iluminam a inteligência, fortificam a vontade e ajudam a praticar atos e a aumentar assim o capital de graça santificante ou habitual que nos foi concedido) -, são imprescindíveis os dons do Espírito Santo, que são disposições ou hábitos sobrenaturais que faz com que a alma elevada já à vida sobrenatuaral pela graça santificante, se torne capaz de receber estas inspirações divinas.

Os dons portanto, intervem necessariamente em todo ato sobrenatural.

Entendamos pois, que o homem em estado de graça, todos os seus atos, são realizados com ajuda de Deus. É Ele que opera em nós e por nós. Por isso, qualquer ação que fazemos, tem méritos de vida eterna. São Paulo, na carta aos Colossenses no cap. 3, vers 17 – nos diz que “tudo quanto fizermos, por palavras ou por obras, que façamos em Nome de Jesus Cristo dando por Ele, graças a Deus Pai.

Nossa caridade, nosso amor, nossos atos, nenhum deles são desperdiçados, pois o fazemos em Deus e para Deus. Ao abrirmos nossos olhos, saibamos que a menor de nossas ações devem ser oferecidas a Deus e devemos pedir que tudo naquele dia seja feito com Sua ajuda santíssima. Assim, nosso coração se torna um coração descansado, já que nos unimos a Deus que tudo realiza.

Esta vida da graça, se bem que distinta da vida natural, não lhe é simplesmente sobreposta, senão que por completo a penetra, transforma e diviniza. Assimila tudo quanto há de bom em nossa natureza, educação, hábitos adquiridos, aperfeiçoa e sobrenaturaliza todos estes elementos, orientando-os para o último fim, isto é, para a posse de Deus, pela visão beatífica e amor que a acompanha.

É esta a esta vida sobrenatural que compete dirigir a vida natural, em virtude do princípio geral, que os seres inferiores são subordinados aos superiores . É que, na verdade, não pode durar nem se desenvolver-se, se não domina e conserva sob a sua influência os atos da inteligência, da vontade e das outras faculdades; e com isso não destrói nem diminui a natureza, antes a exalta e aperfeiçoa.

Depois veremos:  A Graça Habitual ou Santificante

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